No fundo no fundo, bem lá no chão do meu sub-consciente sinto que nunca vou morrer. É concerteza um sentimento ingénuo, mas sobretudo inglório.
Nada é mais certo do que a morte... aquela coisa que desconhecêmos. Estando vivo, sei tanto sobre a morte, como sabia sobre a vida antes de nascer: Nada.
Não sabia nada sobre a vida, sei que surgi espermatozóide no meio de cerca de 500 milhões de congéneres irmanados e fui o único que sobreviveu até aqui. Sabia que se me apressasse poderia saber o que era afinal a vida.
Não sabia para onde ía nem o que me ía acontecer, tal como agora. Por isso sou para a morte aquilo que terei sido antes para a vida.
Entender que a vida implica a morte é tão simples como entender a gravidade de Newton.
Tudo o que sobe desce. Excepto os peixes que quando morrem sobem à superfície para não mais descer. Ok, para os peixes tudo o que desce sobe.
Porém nós não temos guelras nem escamas e se o centro gravítico se localizar na morte, a vida é a nossa elevação, o nosso trampolim, o nosso salto. Saltamos a pique até perder forças para então iniciarmos a inevitável descida vertiginosa até nos estatelarmos por completo.. Entramos assim, inevitávelmente, no âmbito da segunda lei de Newton: dois corpos não podem permanecer simultaneamente no mesmo local.
Neste caso, nós e chão não podem estar simultaneamente no centro gravítico da terra, daí o embate e a prova de que newton estava certo.
Pergunta: Se um gato cai sempre de pés e se uma fatia de pão cai sempre com a manteiga para baixo, o que acontecerá se eu amarrar uma torrada nas costas do siamês da minha vizinha? Vai voar? Zigue-zaguear pelos ares?
Então calem-se os físicos pois as suas lógicas são tão lógicas mas tão lógicas que se as agregamos transformam-se invariávelmente em parvoíce.
Se pensar que nunca vou morrer consigo viver melhor.
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