domingo, 13 de maio de 2012

ExpoFranchise se não tem pão, coma croissants!

Assumidamente existem temas que não consigo visionar da mesma forma que alguns orgãos da comunicação social conseguem.

Hoje entra-nos casa adentro a notícia do evento Expofranchise que nada mais é que uma feira que promove isso mesmo: O Franchising.

Isto seria uma notícia normalíssima não fossem os moldes desta, uma espécie de franchising da própria feira. É não só sugerido como afirmado que a dita feira está repleta de oportunidades para os desempregados  deste país que (com um mínimo de investimento) podem criar a sua própria empresa com o apoio de marcas de renome. Assim poderão criar não só o seu próprio emprego como empregar mais pessoas.

 Tão cor de rosa isto não?

Depois são entrevistadas pessoas que estão deveras interessadas em investir num franchising e que nos dizem que estão dispostas a investir até 50 mil euros, outras que com «APENAS» 15 mil euros já apostaram na criação do seu próprio emprego.

Pois, isto parece mesmo uma notícia à Passos Coelho. Quer dizer que em alguns orgãos de comunicação social (ou pelo menos nalgumas facções) os cada vez mais desempregados deste país , encerram em si vários milhares de euros que podem investir na criação do próprio emprego. Só não o fazem se não quiserem e por isso não digam que o país não lhes dá oportunidades de subir na vida.

A banca não empresta a quem não tem, todos sabemos disso. Quantos de nós já estiveram desempregados e tentaram recorrer a algum tipo de ajuda financeira por parte da banca? Só não nos esticam o dedo do meio porque isso não tem nada de dissimulado. Os bancos fazem pior do que isso, mas de forma mais subtil.

Parece que nos dias que correm, a palavra crise só existe na boca de gente idiota. Se não consegue ser empregado, seja patrão. Num estalar de dedos, agarre nos milhares que tem na conta bancária ou debaixo do colchão e cesse imediatamente com as lamurias: Abra uma empresa, empregue outras pessoas e pronto. Crise resolvida.

Relembra-me sim aquela célebre frase de Maria Antonieta que, acerca do povo já não ter pão para comer, rematou «comam croissants».





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